'Bomba' à vista. Real Madrid e Superliga exigem 4.500 milhões à UEFA
O Real Madrid e a A22 Sports Management estarão a preparar-se para avançar com um processo formal junto da Justiça, depois de, na passada quarta-feira, um Tribunal de Madrid ter concluído que UEFA e FIFA "abusaram da sua posição dominante", quando impediram a criação de uma Superliga Europeia.
Os organismos que regem o futebol europeu e mundial, respetivamente, são acusados de se terem "atribuído "o poder discricionário de impedir a participação [dos clubes europeus] em competições alternativas", numa decisão que acabou por confirmar aquela que foi tomada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) em 2023.
De acordo com informações adiantadas, já esta quinta-feira, pelo jornal espanhol As, os advogados, quer da direção liderada por Florentino Pérez, quer da empresa responsável pela promoção da Superliga Europeia, irão reclamar uma indemnização que ascenderá a qualquer coisa como... 4.500 milhões de euros.
Uma verba extremamente significativa, que ambas as partes justificam com "o prejuízo causado, o lucro cessante e o dano reputacional provocado" a esta competição, cujo projeto foi tornado público a 18 de abril 2021, mas que, passados já mais de quatro anos, tarda em concretizar-se.
Multa à Google serve de exemplo
O Real Madrid e a A22 Sports Management entendem que, pese embora as reuniões mantidas, ao longo dos últimos anos, com a UEFA, a administração encabeçada por Aleksander Ceferin nunca teve intenções reais de vir a alcançar um acordo que viabilizasse o arranque da prova, mas apenas de "ganhar tempo para impedir" a sua realização.
Estes dois 'colossos' baseiam-se, neste processo, na jurisprudência criada pelo TJUE, há escassos meses, aquando da aplicação de uma histórica multa na ordem dos 2.424 milhões de euros à Google, que foi considerada culpada de usar o seu motor de busca para favorecer os seus próprios serviços, em comparação com os concorrentes.
Ainda se lembra dos 12 clubes fundadores da Superliga Europeia?
O anúncio da criação de uma Superliga Europeia 'caiu que nem uma bomba' no futebol do Velho Continente, em 2021. Na altura, um total de 12 clubes juntaram-se para criar uma alternativa 'fechada' à Liga dos Campeões, prometendo a distribuição de jogos mais atrativos e, consequentemente, uma maior criação de receitas.
Foram eles Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, AC Milan, Arsenal, Chelsea, Internazionale, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, que acabaram por passar a ser vistos como 'dissidentes' de uma pirâmide de futebol que leva já largos anos em vigor.
O objetivo passava por convencer oito outros emblemas a juntarem-se, para formarem uma competição sem igual... mas o 'tiro saiu pela culatra', fruto da contestação, fundamentalmente, por parte dos adeptos, que levou a que todos os fundadores acabassem por 'abandonar o barco', com exceção de Real Madrid e Barcelona.
Ainda assim, no passado ano de 2024, a Superliga Europeia voltou à carga, desta feita, sob o nome de Unify League, tendo pedido a FIFA e UEFA que fosse oficialmente reconhecida como um torneio oficial, mas sem sucesso, o que motivou este ('monstruoso') pedido de indemnização, junto da Justiça.
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