Guardiola e a nova 'moda' da Premier League: "Não sou ingénuo..."
Pep Guardiola assumiu, esta terça-feira, na tradicional conferência de imprensa de antevisão ao encontro da quarta eliminatória da Taça da Liga, que irá colocar, frente a frente Manchester City e Swansea City, no Swansea.com Stadium, no País de Gales, que está ciente da nova 'moda' que tem vindo a 'tomar conta' da Premier League.
Desde o arranque da presente temporada de 2025/26, quase 19% de todos os golos marcados no principal escalão do futebol inglês partiram de pontapés de canto, o que representa um aumento de perto de 5 pontos percentuais em relação a anos anteriores. Neste momento, os citizens são a única equipa que não conseguiu aproveitar qualquer tipo de lance de bola parada, algo que mereceu uma reflexão por parte do treinador espanhol.
"É verdade que as pessoas estão a usar cada lançamento de linha lateral como se fosse um pontapé de canto, colocando dez jogadores na grande área. Nós sofremos, quando jogámos contra o Brentford. Olhem para o Brentford-Liverpool, que nós vimos, no hotel. Em todas as ações, o [Michael] Kayode colocou a bola na grande área, e foi o homem do jogo", afirmou.
"Hoje em dia, os lances de bola parada são uma ameaça. Lembro-me, há muito tempo, do Sean Dyche, no Burnley. O Burnley era uma ameaça incrível nas bolas longas e nas segundas bolas. Dyche é um dos melhores, de longe, neste tipo de aspetos. Não é novo, ele já o fez antes. O mesmo com Sam Allardyce", prosseguiu.
"Lembro-me, quando eu ainda não estava cá, do Stoke City. Lembram-se de quando o Stoke City fazia os lançamentos de linha lateral? Agora, simplesmente, cada vez mais equipas estão a fazer isso, mas, na altura, talvez o Stoke City fosse a exceção. Lembro-me que, quando eu estava no Barcelona e no Bayern Munique, Arsène Wenger falava do que era visitar o Stoke City, mas, agora, acontece muitas vezes", completou.
"Eu ainda sonho jogar..."
Pep Guardiola assumiu, perante os jornalistas, que esta estratégia é legítima, mas garantiu que, pelo menos, para já, não tem qualquer tipo de intenção de conduzir o Manchester City no sentido de procurar aproveitar mais este tipo de circunstâncias de jogo: "Temos de prestar atenção a isto, mas eu ainda sonho jogar...".
"Cada treinador faz aquilo em que acredita. Eu quero marcar de pontapés livres e pontapés de canto, não sou ingénuo a esse ponto. Quero fazê-lo, mas gasto o meu tempo naquilo que temos de fazer para jogar melhor, atacar melhor e criar mais oportunidades, para marcarmos golos. É claro que presto atenção a isso, mas não sou treinador para isso", apontou.
"É aquilo que tenho vindo a fazer, ao longo de toda a minha carreira. Lembro-me que, quando visitámos o Burnley, foi complicado. Só concedemos um pontapé de canto ou talvez nem um. Por quê? Porque controlámos as segundas bolas. A melhor maneira de defender, neste tipo de jogos, é assim, mas, para isso, temos de ser bons em vários aspetos", acrescentou.
"Estamos a trabalhar nisso. Eu vou, até ao final, continuar a trabalhar, principalmente, no nosso jogo, e, por vezes, adaptar-me, quando tiver de o fazer", rematou, em declarações reproduzidas pelo jornal britânico Daily Mail.
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